Miagui iniciou suas produções em 1999 e elegeu o giz pastel como seu principal material e sua pesquisa e obras famosas da arte clássica europeia. Atualmente debruçado em fazer o público passear pela história da arte e refletir sobre o uso da internet, Miagui toca no ponto da era digital em caráter crítico. Na coleção Zeitgeist tema do filósofo Hegel sobre o “espírito do tempo” a pesquisa se coloca na tentativa de modernizar o passado, apresentando ao público momentos de maestria destes pintores de uma era sem internet. Para deflagrar essa leitura ele coloca nos olhos uma placa de computador, como um lugar no qual o tempo presente se estende às memórias, percepções, ao imaginário, projetando-os em modos de como a história das visualidades sedimenta a cultura da humanidade e ali naquela placa será essa memória universal. Mais intrigante é o trabalho “Nascimento de Adão”: quem está com a placa de computador nos olhos é o homem e não seu criador e também no trabalho que tem várias aves silvestres; os olhos das aves estão abertos e eles acham a placa de computador e a levantam como um troféu. O adorno tanto pode vestir no sentido de proteger um indivíduo, dando-lhe poder e força, quanto o excesso de ornamento pode despir uma personalidade. Fica a questão para se decifrar: espírito do tempo?
Tempo esse que Miagui nos faz pensar na arte, ciências, técnica e tecnologia em todas as épocas da civilização humana , desde a Antiguidade, Idade Média, Renascença até o inicio da modernidade e da era digital, tiveram como base a natureza enciclopédica do conhecimento. Bibliotecas essas imaterializadas hoje nos fluxos digitais de arquivos pessoais e compartilhadas em rede.