Com seus 70 anos de “estradas”, o artista Eron Teixeira permanece irresoluto em sua decisão de viver de arte.
Nascido em Belém do Pará, em plena Amazônia, Eron fez de sua vida uma jornada criativa pelo país. Em sua juventude, após observar reproduções de pinturas do artista francês Paul Gauguin expostas numa banca de revista da cidade, se dedicou intensamente a pintura. Ainda sem fundamentos teóricos e movido apenas pelo prazer de pintar investiu todos os seus poucos recursos na compra de suas primeiras telas, tintas e pincéis.
Ao completar 25 anos recusou uma proposta patriarcal de emprego burocrático em São Luís do Maranhão e seguiu para a cidade de Fortaleza, para reafirmar a convicção de que as artes plásticas eram a sua razão e destino. Na capital do Ceará manteve contato com comerciantes e compreendeu que podia comercializar os seus trabalhos e manter uma vida sóbria, mas com intensa produção artística. Antes de se estabelecer novamente em Belém, onde constituiu família e permaneceu por 30 anos, Eron residiu em Petrópolis, Parati, Salvador e Recife, “sempre pintando”.
No período que esteve em Belém realizou exposições em galerias importantes como a individual realizada em 1988 na concorrida e histórica galeria Angelus, localizada no espaço térreo do Teatro da Paz. Seus trabalhos também foram expostos na Galeria Debret, no Salão Paraense de Arte Contemporânea (SPAC) e em exposições coletivas ligadas ao circuito de arte da cidade.
Após “ver os filhos criados”, o irrequieto e produtivo artista paraense se lançou novamente nas estradas do país seguindo para Porto Alegre (RS) onde morou, produziu e participou de exposições em galerias particulares até decidir que iria se estabelecer em São Paulo. Na capital paulista, onde reside atualmente, longe dos modismos e de assumir uma postura de “artista em final de carreira”, Eron desafia todos os prognósticos e se mantém ativo como nunca, pintando e expondo como um artista contemporâneo na plenitude de sua existência.