Simone Fonseca nasceu em Sete Lagos, MG, mas vive e trabalha em São Paulo, Capital. Formada em Educação Artística pela FAAP/SP, foi professora de desenho, artes vi-suais e hoje se dedica à sua produção artística. Frequenta o ateliê do Instituto Tomie Ohtake, com orientação de Paulo Pasta, foi integrante do Grupo Pigmento. Seguindo o fluxo natural de sua carreira artística, expôs em vários espaços e instituições. Vale destacar sua participação na Casa Cultural do Butantã (SP), na coletiva do Ateliê PIPA e na IV Bienal de Roma, Museu da Arte de Ribeirão Preto, Salão Piracicaba e Salão de Vinhedo. Além disso foi premiada na 28º Salão de Artes Plásticas de Embu das Artes, dentre outros.
No dia 14 de março, na Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian, apresentará uma nova produção, resultante de uma intensa pesquisa em relação ao espaço e as formas, criando-se possíveis correlações que se aproximam da abstração. O olhar movimentase à procura de uma arqueologia de formas soltas, fragmentadas e coloridas, que, algumas vezes juntas e outras isoladas, lançam se num espaço matérico.
Em suas pinturas as formas nunca são fechadas e criam se situações de transitório, de formas passageiras, a espera de outra coisa. As cifras da vida são dia-gramadas em colagens, tintas e cores. Sua produção se inicia com colagens fragmentadas, à disposição das cores, formas e paisagens extraídas de sua memória.
Como ela própria faz questão de destacar […] as colagens são apenas o ponto de partida para as pinturas, pois uma vez iniciado o trabalho, este vai acontecendo com liberdade e autonomia de pintura, afastando o modelo e guardando apenas a estrutura que gerou a escolha .
Usando neutrol, látex e tinta acrílica, suas pinturas criam vida própria formatando–as com massas de cor e pinceladas livres, ela mantêm os elementos desproporcionais. São memórias detidas no espaço, com toques fragmentados e espalhados na planície da tela, sem apego pela pai- sagem.
É lícito afirmar, nesse contexto, que as paisagens imaginárias de Simone são Metapaisagens, ou seja, um mergulho fundo da pintura, dando-lhe ênfase na superfície. No entanto, ao mesmo tempo – e paradoxalmente –, muita coisa permanece por baixo dela. O transitório das coisas não pode existir e não pode se resumir a uma forma, pois estará à espera de diferentes e múltiplas dimensões criativas.