Existir, Girar e Resistir.
Na cidade em ruínas vi imagens maravilhosas que me encheram de alegria como os magníficos entardeceres, os reflexos das árvores e das nuvens no lago estanque como um espelho e as formas geométricas das ruínas cheias de cinza, sal e ferrugem.
Não vi destruição e sim a vida que segue.
Vi portais, pirâmides, e espirais, sim, muitas espirais!
Até nas raízes das árvores havia expirais crescendo em círculos, penetrando na terra salgada como dedos, mãos e braços que se prendem e se agarram com força ao chão num grande abraço.
Vi galhos retorcidos, raízes petrificadas, e a forma geométrica minha preferida: o círculo, nas tubulações enferrujadas, nos troncos das árvores, nos buracos vazios que, um dia, foram base para postes de luz, portões ou sabe-se mais lá o quê…
E não fiquei triste.
Por quê?
Porque a transformação da matéria é movimento, é vida, é resistir, é continuar a existir.
Marietta Toledo